domingo, 26 de novembro de 2017

Aconteceu em Novembro de 75



"Queremos o socialismo, sim, mas não o da Suécia, da Noruega ou da Holanda,  o socialismo que queremos é da República Democrática Alemã, da Polónia,da Bulgária, da Roménia ...", podia ler-se no Boletim Oficial do Movimento das Forças Armadas, da autoria da V Divisão do Estado-Maior da tropa, durante o Verão Quente de 1975. 
Chegado a este ponto sem retorno, os oficiais "moderados" foram obrigados a organizar-se e a estabelecer um plano de acção para retirar o poder à extrema-esquerda comunista, cujo braço armado era o tristemente célebre COPCON do brigadeiro Otelo Saraiva de Carvalho e os SUV (Soldados Unidos Vencerão), uns grupelhos de soldados mascarados de bolcheviques e com juramentos de bandeira de punho direito erguido e loas ao "socialismo". 
Eu, pela minha parte, já andava pelos cabelos com aqueles revolucionários de meia-tigela e a asfixia democrática vermelha que afectava como uma praga Portugal de Rio Maior para sul. Não foram raras as vezes em que fui buscar soldados meus detidos pela cobarde e pérfida Polícia Militar ao Regimento de Lanceiros 2, na Calçada da Ajuda, e na maioria do casos trouxe-os de volta à nosso unidade desfigurados pelas agressões bárbaras que eram cometidas, não só aí mas também no RAL 1 (Lisboa), no primeiro caso por ordem dos tiranetes major Tomé e major Campos de Andrada e no segundo caso o coronel Leal de Almeida. Quantas vezes apertei com força a coronha da minha Walther P-38, a pistola de serviço de escolta que usava nesses momentos, com a raiva de não a poder usar mesmo ali naquele ninho de víboras militares-social-comunistas e vingar os meus soldados maltratados. 
Em Setembro, o general Vasco Gonçalves deixou de fazer a triste figura de primeiro-ministro  e foi substituído pelo almirante Pinheiro de Azevedo. A situação político-militar, apesar da mudança, degradava-se de semana a semana. Até que chegou a altura de cada facção contar as armas e partir-se para a acção. A rotura era total e a guerra civil era uma perspectiva a levar em conta. 
No Depósito de Material de Guerra, em Moscavide, um tal capitão Saraiva surripiou uns milhares de G-3 e algumas foram distribuídas por vários bandos entre os quais a Intersindical. O PCP controlava os Fuzileiros e Álvaro Cunhal incendiava os ânimos comunistas com tiradas eloquentes. Otelo incentivava o COPCON, onde, entre os muros,  se cometiam crimes ao nível dos praticados pela PIDE antes do 25 de Abril. 
Na hora H, atribuiram-me uma missáo: inutilizar o canhão 88 postado no viaduto sobre a minúscula auto-estrada Lisboa-Vila Franca de Xira. Antes de chegarmos ao objectivo pela calada da noite recebo uma mensagem que afinal o RALIS  se rendia às forças do tenente-coronel Ramalho Eanes. Passara-lhes por completo o ardor revolucionário. No emaranhado de reuniões e comunicações entre unidades, partidos políticos e o Presidente da República, general Costa Gomes, as movimentações acontecem em cadeia. Mário Soares e uns quantos socialistas fogem para o Porto, Álvaro Cunhal sai de cena e o brigadeiro Otelo refugia-se em casa... 
Duas companhias de pára-quedistas chegadas do Ultramar recusam-se a alinhar com os companheiros que tomaram as bases e passam imediatamente â disponibilidade. Os Comandos do coronel Jaime Neves assaltam os "páras" rebeldes, na esmagadora maioria praças, alguns sargentos e apenas um oficial, que estavam entricheirados no GDACI, em Monsanto. Também eles perderam o fervor revolucionário e não deram luta. Na manhá do dia 26 é o assalto dos Comandos ao famigerado antro de cobardes da Polícia Militar. O tenente Coimbra e o furriel Pires são vítimas mortais, nas nossas forças, do fogo traiçoeiro pelas costas oriundo das casernas deCavalaria 7, situadas no lado esquerdo da Calçada da Ajuda. Na parada de Lanceiros 2 tomba um militar e uma Chaimite arromba o portão. 
O coronel Jaime Neves eleva a sua autoridade ao máximo e consegue evitar que a vingança pela morte dos dois graduados "comandos" seja levada a cabo. A dicotomia revolucionários-moderados acabava ali e a democracia ocidental estava salva das garras do totalitarismo social-comunista. Lisboa, Setúbal e Barreiro eram sobrevoados por aviões F-86F que assinalavam o ponto final no marxismo. 
Ainda hoje se discute acaloradamente o que aconteceria se o COPCON e os Fuzileiros e as restantes unidades simpatizantes do socialismo do Leste europeu não tivessem recolhido às casernas. Que haveria uma guerra civil generalizada não duvido. Porém também não seria difícil prever o desfecho. O "nosso" lado estava dispunha de forças muito mais poderosas: Escola Prática de Cavalaria, Escola Prática de Infantaria, Escola Prática de Artilharia, Regimento de Comandos, Regimento de Cavalaria de Estremoz, Regimento de Cavalaria de Braga, Regimento de Cavalaria de Santa Margarida, Força Aérea, etc. 
Já lá vão 42 anos e desde então as armas calaram-se. Sõ as usei depois para instrução ou serviço. Saudades? Tenho. Dos meus vinte e poucos anos de então. Só!

sábado, 25 de novembro de 2017

As inundações de 1967 e os incêndios de 2017

Há precisamente 50 anos, também um sãbado, mais ou menos por esta hora (17h00) , caía em Lisboa a popularmente chamada chuva "molha tolos". Persistente num cenário cinzento e normal naquela época do ano. Horas mais tarde, quando me dirigia para o pavilhão desportivo do Campo de Ourique para assistir aos jogos de andebol do campeonato regional da I divisão, já as bátegas eram bastante mais fortes mas ainda longe de algo de anormal. Entrei no pavilhão para junto da claque do Passos Manuel (o liceu tinha equipas de andebol que disputavam as provas oficiais da associação e da federação) e vibrámos com o encontro e o apoiámos fervorosamente o nosso ALPA. 
Findos os jogos da jornada já para lá da meia-noite, eu e uns amigos fomos até uma casa de petiscos perto do pavilhão, "Os Passarinhos", e quando de lá saímos "molhados" com umas canecas de cerveja e uns "piú-piús lá para as 02h00 da madrugada o céu abria-se em cascata e as ruas eram leitos caudalosos que as sargetas não conseguiam sugar e absorver. A corrente intensa da Rua João XXI  desaguava no Largo do Rato com violência e daí seguia impetuosa pela Rua de S.Bento. 
Chegados ao Jardim do Príncipe Real, o temporal dispersou-nos e cada um seguiu para sua casa. Já na cama, no último andar de um prédio na Rua Eduardo Coelho, ouvia a chuvada bater com estrondo nas telhas e nas vidraças das janelas. Ao almoço, recordo-me de umas vagas referências a inundações, mas à tarde saí para ir jogar matraquilhos e bilhar para o Jardim Cinema e não me recordo de grandes comentários às cheias que por essa altura já tinham ceifado a vida a centenas de pessoas. 
Só me apercebi verdadeiramente da dimensão da tragédia na segunda-feira, no Liceu Passos Manuel, onde a rotina das aulas se alterara em função da mortandade na zona da capital. O reitor, professores, alunos e contínuos contavam as suas experiências pessoais abertamente, sem receios dos "bufos" da PIDE que por lá existiam, e que nós sabíamos quem eram, mas não ligávamos muito a esses personagens porque o Liceu Passos Manuel era bastante rebelde no seu comportamento perante as autoridades e tanto andavamos à pedrada com a PSP  no largo anexo à igreja das Mercês como assobiavamos os veículos da GNR que atravessavam a rua em frente ao edifício escolar para entrarem nas traseiras do quartel dos Paulistas. 
Não sei de quem partiu a iniciativa, mas muito rapidamente os professores começaram a solicitar aos alunos voluntários para irem ajudar as autoridades nas zonas afectadas pelas cheias. Penso que quase toda a rapaziada com mais de 14 anos alinhou imediatamente nessa tarefa. Eu tinha, nessa época, 16 anos e fui com o meu grande amigo (precocemente falecido) Castanheira para Algés, onde deparámos com um cenário dantesco. Água, lama, destroços até ao primeiro andar dos prédios na rua da linha dos eléctricos e na avenida marginal. Chafurdámos por ali durante dias em caves imundas, recolhendo animais mortos e ajudando a carregar vítimas embrulhadas em cobertores enlameados para viaturas que seguiam para a morgue do Instituto de Medicina Legal. Por volta do meio-dia apareciam umas senhoras que nos davam uma sandes de "qualquer coisa" e uma gasosa. 
Mais que o silêncio dos mortos incomodava-nos, sobretudo, o pranto do vivos sobreviventes ou os rostos sem expressáo de quem ficara vazio de bens e sentimentos.  
Leio agora, passados todos estes anos, que as autoridades abandonaram as vítimas e quiseram esconder a "maior tragédia em Lisboa desde o terramoto de 1755". É mentira! Eu vi polícias, guardas republicanos, bombeiros, médicos, enfermeiros, soldados, empregados da Carris, da CP, dos CTT, estudantes, professores, anónimos, todos unidos para livrar a zona de Lisboa daquele armagedão inesperado. 
É óbvio que existia a Censura, como existe em todos os países que estão em guerra e Portugal combatia no Ultramar, mas, mesmo com o lápis azul o "Diário de Lisboa" titulava, como se pode ver na foto acima, "centenas de mortos". Muitas zonas da cidade eram precárias. É verdade. Mas o maior bairro de lata da Europa situava-se em Paris, na democrática e evoluída França, e era habitado por centenas de milhar de ... portugueses. 
Como poderia Salazar esconder do Povo semelhante tragédia se este mesmo Povo fazia excursões aos milhares para visitarem as zonas atingidas pelo temporal mortífero. Satisfaziam a curiosidade mas não ajudavam. Nem uma pedrinha afastavam do caminho. Esconder as cheias de 1967 era como os americanos esconderem o ataque às torres gémeas, em Nova Iorque. Impossível.
E naquele tempo não havia o SIRESP nem a imensa frota de veículos dos bombeiros como a que combateu os fogos de Pedrógão Grande, em Junho, ou de todo o centro do país, em Outubro, com os trágicos resultados que se conhecem. Não houve, então, um Presidente da República que, entre lágrimas, beijos e abraços mentiu aos portugueses, referindo que "foi feito tudo o que se podia fazer", houve, sim, um Presidente da República que visitou, de cara fechada, todas as zonas alagadas. Era almirante e chamava-se Thomaz. 
E neste disputa ditadura-democracia em tempos de luto nacional parece que a "censura da liberdade" recusa-se a tornar público o capítulo VI do Relatório dos Incêndios de Pedrógão Grande. Porque será? 


terça-feira, 31 de outubro de 2017

O acordão da pedrada

Incomoda-me muito mais o juiz que aconselhou Pinto da Costa a fugir para Espanha, incomoda-me muito mais o juiz que aconselhou Fãtima Felgueiras a fugir para o Brasil, incomoda-me muito mais a pressão que Ferro Rodrigues (esse mesmo o presidente da A.R.), António Costa (esse mesmo, o 1º ministro) e Jorge Sampaio (então P.R.) exerceram sobre a Justiça para livrarem o seu (deles) camarada Paulo Pedroso do caso de pedofilia da Casa Pia. É um facto que, neste caso, a sentença é discutível, a seriedade moral da vítima também é discutível e o acórdão igualmente discutível. No entanto, desde que a justiça seja aplicada de modo constitucional tanto me faz que o acórdão refira a Bíblia, o Pato Donald, Voltaire, Jack the Ripper, Homero ou Confúcio. Justiça pelas redes sociais é que não admito de modo algum!

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Desprotecção civil até para animais


Milhares de animais encontram-se em risco de vida por falta de alimentos devido aos incêndios. Um escândalo que parece não afligir as autoridades securitárias do país, que tal como neste caso, falharam em toda a linha nas tragédias que vitimaram 107 pessoas. Até agora. Perante este cenário dantesco questiono a Protecção Civil, organização que, como o nome indica, seria suposto proteger pessoas, bens e animais. 
Nada disso acontece. 
E pergunto à dita Protecção Civil quais são os seus meios mais elementares: 
De quantos hospitais de camapanha dispóe a dita PCivil?
De quantas tendas com lotação acima de 20 pessoas dispõe a dita PCivil? 
De quantas tendas de 2-4 pessoas dispões a dita PCivil? 
De quantas camas articuladas dispões a dita PCivil?
De quantos colchões dispõe a dita PCivil? 
De quantas mantas dispões a dita PCivil? 
De quantos depósitos de alimentos para pessoas dispõe a PCivil?
De quantos depósitos de rações para animais dispõe a PCivil? 
De quantos depósitos farmacêuticos dispõe a PCivil? 
Aposto singelo contra dobrado que nenhum destes produtos essenciais numa catástrofe consta no espólio da dita Protecção Civil. 
E como conheço pessoalmente várias pessoas que "trabalham" na Protecção Civil posso afirmar sem receio que esta (des)organização é uma nulidade e um fracasso em caso de catástrofes. No entanto, não rareiam na dita Protecção Civil as fardas pomposas e as viaturas vistosas para os comandos e não só. 
Este exemplo terrível e factual dos animais sem ração há dias ou semanas é apenas um exemplo de como não existe qualquer protecção do estado às pessoas, bens e animais. Ninguém me consegue convencer da impossibilidade de em dois ou três dias serem distribuídas rações pelos animais, isto se a dita PCivil funcionasse. Mas não funciona. É uma desorganização total. 
A tragédia segue dentro de (mais ou menos) momentos...

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Incendiários terroristas


Os incendiários são terroristas. Colocar uma bomba num hotel ou deitar fogo a uma floresta são crimes que ultrapassam a fronteira do delito "normal". Em ambos os casos sabe-se como estas acções tresloucadas começam mas não se sabe como acabam. Quando um indivíduo engendra um fogo posto está não só a cometer uma infracção muito grave contra a propriedade e a comunidade mas também um cirme por homicídio tentado ou consumado se houver vítimas na sequência do seu acto. 
A legislação portuguesa é extremamente permissiva quanto ao terrorismo e verdadeiramente inexplicável quando um incendiário é presente à justiça. O nacional-porreirismo e um suposto complexo pós-ditadura infectou os tribunais e muitas maiorias políticas com uma candura inexplicável perante as aberrações sociais que se dedicam a estas actividades cobardes e inadmissíveis. 
É certo que os juízes se limitam a aplicar as leis existentes emanadas do parlamento e dos deputados a quem os eleitores passaram uma procuração, através do voto, para, entre outras obrigrações, o Estado assumir a segurança dos seus cidadãos. Não se entende que as falhas de segurança sejam encaradas em Portugal com uma ligeireza preocupante, desde os migrantes ilegais que fogem às autoridades no aeroporto de Lisboa até aos incendiários detidos pelas forças da ordem e colocados logo de seguida em liberdade pelos juízes das mais variadas comarcas. É um escândalo social e político esta pornográfica indiferença por um "status quo" tão permissivo e inexplicavelmente paternalista ao ponto de quase desculpar os terroristas incendiários quando os classifica como alcoólicos inveterados ou deficientes mentais, designações que, curiosamente, outros estados supostamente civilizados também utilizam para colocar atrás do biombo da opinião pública atentados terroristas mais ou menos sangrentos. 
No caso do terrorismo é a civilização ocidental que está em questão, no caso dos incêndios é a vida dos portugueses que corre sérios perigos por omissão ou facilitismo do Estado. Assim não!

terça-feira, 19 de setembro de 2017

A tropa de passo trocado


Na mesma altura em que soldados portugueses combatem na República Centro Africana sob a bandeira da ONU, a Liga dos Combatentes, os comandantes máximos do Exército e o próprio Presidente da República preparam-se para amnistiar um soldado condenado à morte por fuzilamento durante a I Guerra Mundial. Acusado de "deserção", o soldado motorista João Augusto Ferreira de Almeida, de 23 anos, do Batalháo de Infantaria 14 foi varado pelas balas do pelotáo de fuzilamento, na madrugada de 16 de Setembro de 1917, na Flandres. 

Não entendo, de modo algum, esta iniciativa para "amnistiar" um traidor que se preparava para se passar para as linhas inimigas, onde esperava encontrar uma nova vida com o apoio de um seu antigo patrão alemão no Porto. 
O único militar português fuzilado durante a I Grande Guerra nem sequer desempenhava funções que colocassem a sua vida em perigo. Era um motorista de camiões e apenas se soube da sua intenção de desertar porque confidenciou a inúmeros colegas essa sua decisão. Além disso, encontraram junto dos seus haveres vários mapas militares das posições ocupadas pelo Corpo Expedicionário Português e dos seus Aliados no sector, o que fazia prever que iria revelar aos alemães quais os lugares ocupados pelos seus companheiros. 
Acho absolutamente despropositada esta "aministia" a um potencial traidor e desertor, mas, por outro lado, fico a compreender melhor, infelizmente, o relevo dado a figuras públicas que desertaram e colaboraram com o inimigo durante a Guerra do Ultramar. 
Os homens que caíram em combate não mereciam nem esta "amnistia" francamente deplorável, nem a relevância que alguns cobardes fugidos das nossas forças ou colaboradores dos guerrilheiros nacionalistas africanos merecem dos meios de comunicação social, onde ainda se gabam da traição ao país e aos seus camaradas e das sabotagens e informações passadas que ou danificaram material de guerra precioso para os nossos militares em combate ou, pior ainda, das mensagens passadas a quem acabou por matar ou ferir elementos das nossas forças armadas. 
Não, meus senhores (?), esta "aministia" incomoda-me e enoja-me tanto como as caras dos desertores da Guerra do Ultramar que tantas vezes  são sacrilizados e endeusados nos media. 

É revoltante! A tropa anda mesmo com o passo trocado...

segunda-feira, 24 de julho de 2017

Costa como Salazar


A tragédia de Pedrógão Grande e arredores continua flamejante e sem perspectivas de arrefecer. Agora é o número de vítimas mortais que se contesta e também a lista secreta de vítimas que as autoridades guardam ciosamente só para si. Porquê? Tudo tem sido maus demais para ser verdade. Mas infelizmente é. 
O colapso das entidades oficiais desde o momento que deflagrou o incêndio foi total. Falhou a Protecção Civil, falhou a GNR, falhou o SIRESP e posteriormente falharam o Presidente da República na sua primeira mensagem optimista, o primeiro-ministro, o governo, a organização no terreno. Tudo.  Até a Polícia Judiciária ao garantir que a origem das chamas se tinha devido a um raio de uma trovoada seca e ao divulgar que tinha encontrado entre milhares de árvores carbonizadas a árvore partida pelo tal raio que o parta.
Desde então, foi oficialmente fixado o número de vítimas em 64. E nenhum órgão dependente do Estado abocanhado pelo partido de António Costa destoa dessa "ordem". A lista, no entanto, continua secreta porque o Ministério Público a encerrou no muito conveniente "segredo de justiça" que só funciona quando dá jeito... Entretanto houve o cuidado de só ser considerado vítima do fogo quem tivesse perecido queimado ou por inalação de fumo. Pelo sim, pelo não...
Não se via algo assim desde o consulado de António de Oliveira Salazar, aquando das cheias de Lisboa ocorridas em 25 de Novembro de 1967. Também aí o número de vítimas foi selado numa lista secreta. Esperem lá: mas nessa altura não se vivia em ditadura e actualmente em democracia? Ah ingénuos, o poder é soberano seja qual for o regime...
Mas há muita gente que rejeita a factualidade oficial dos 64 mortos e aponta, e investiga, para números muito superiores. O primeiro-ministro, com a boçalidade e a parvoíce natural que o caracteriza, afirmou sobre a questão: "o governo não conta mortos". Pois não, mas falhou na segurança das populações, não demitiu os incompetentes responsáveis que pululam nas organizações tuteladas pelo Estado e faz os possíveis e os impossíveis para lavar a face nas sondagens. 
Costa, como Salazar, é que mandam quem morreu ou não...

https://ionline.sapo.pt/artigo/573536/pedrogao-investigacao-aponta-para-n-mero-de-mortes-muito-superior-ao-anunciado-pelo-governo?seccao=Portugal_i

http://observador.pt/2017/07/24/__trashed-56/


quarta-feira, 12 de julho de 2017

O Estado (caricato) da Nação


Ufff! Que alívio. O Estado da Nação é o Paraíso do Costa. Melhor. Sem Eva nem maçãs. Mas com muitas serpentes traiçoeiras. A pior delas indiana. Venenosa. A tragédia de Pedrogão Grande não foi bem assim. Um raio malicioso fez arder uma árvore. Logo por azar um eucalipto, o único vegetal que arde furiosamente contra o governo. Tudo funcionou na perfeição. As pessoas que morreram, infelizmente, é que não tinham nada de estar ali. O SIRESP, adquirido por um António Costa que não é este António Costa por mais de 500 milhões de euros foi brilhante nas comunicações, nem uma chamada se perdeu, nem uma comunicação se extraviou. No combate eficaz ao fogo estiveram em foco os helicópteros Kamov, comprados por um António Costa que não é este António Costa. Não fosse esta previsão genial do governo e tudo teria corrido mal. Assim não foi. A Protecção Civil, a GNR, os comandos distritais e demais organizações, algumas delas lideradas por um António Costa que não é este António Costa, evoluíram no terreno com mais ligação e eficácia que o Real Madrid nas finais das Ligas dos Campeões. E nem foi preciso entrar em campo, melhor no eucaliptal, o Cristiano Ronaldo das Finanças, mágico Centeno. Mas é justo acrescentar que as lágrimas em cascata da ministra Urbana ajudaram e muito a controlar o braseiro.
Logo a seguir, outro desafio gigantesco se ergueu na caminhada triunfal da geringonça. Resolvido numa penada pelo segurança de serviço do governo, o Marcelo. Uns putos malandrecos fintaram a poderosa vigilância dos paióis de Tancos e após dura peleja com as dezenas de sentinelas intratáveis e escapuliram-se com algo parecido com os estalinhos de carnaval. Alguns alarmistas, anti-Costa decerto, vieram alarmar a malta com um pesadelo que seriam armas terríveis surripiadas por terroristas implacáveis. Os generais dividiam-se em opiniões desencontradas. E o Costa, este mesmo, a bronzear-se numa praia espanhola, lia os jornais e ria-se a bandeiras despregadas. E tinha razão. Como sempre. O general sobrevivente da batalha dos generais veio sossegar tudo e todos às televisões sob o olhar de águia do "cidadão indiano na diáspora" afirmando que o material desaparecido estava fora de prazo e nem serve para os No Name Boys, a Juve Leo ou os Super Dragões animarem os estádios. Além disso, o ministro da Defesa afiançava que o buraco na vedação é para o gato do comandante entrar e sair para ir às gatas e a vigilância por video está desactivada para a soldadesca não perder tempo a ver o YouPorn...
Portanto, como diria o comentador Marcelo, tudo como dantes, quartel-general em Abrantes.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

O lava-mãos relatado do Costa



A Estrada Nacional 236-1, onde morreram 47 pessoas no fogo de Pedrógão Grande, só foi cortada depois de se encontrarem os cadáveres das vítimas. O governo divulgou esta quinta-feira as respostas às 25 às perguntas colocadas pelo CDS-PP sobre a tragédia de Pedrógão Grande. O documento enviado pelo gabinete do Primeiro Ministro ao secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares explica a atuação da GNR em relação ao corte da "estrada da morte". "Segundo a GNR, até ao momento em que se verificaram as mortes, não foi comunicada àquela Força de Segurança qualquer decisão operacional relativa à necessidade de encerramento da estrada N236-1, não tendo sido recebida qualquer informação qu alertasse para uma situação de risco, potencial ou efetivo, em circular pela via em causa.
Assim, de acordo com a GNR, a decisão de cortar a estrada N236-1 foi tomada apenas após a localização das vítimas mortais, por volta das 22h15 horas de dia 17 de junho". Antes, a GNR já tinha cortado o IC8 na zona. A força não sabe ainda esclarecer quantos condutores foram encaminhados para a EN 236-1.  "Segundo a GNR, importa confirmar se as viaturas que circulavam na EN236-1, no momento da tragédia, entraram na referida via provenientes do IC8 ou a partir de múltiplos caminhos e estradas de pequenas localidades existentes nas proximidades (Vila Facaia, Nodeirinho, Várzeas, Pobrais e Alagoa), tentando sair da zona afetada pelos incêndios". Mais certo é o trágico balanço das vítimas nesta estrada. Foram 47 as pessoas que ali perderam a vida, 30 delas num pequeno troço. "De acordo com as informações fornecidas pela GNR, o número de vítimas na EN236-1 foi de 33 (30 num pequeno troço da via e 3 alguns quilómetros adiante). Segundo a mesma fonte, as restantes 14 terão falecido em estradas e caminhos de acesso à EN236-1, para a qual se dirigiriam em fuga do incêndio", lê-se no relatório.
Entre as 21 respostas dadas aos centristas, o documento do Governo, que junta informações dos ministérios da Administração Interna, Defesa e Justiça. Às perguntas 23, 24 e 25, Costa responde com uma afirmação de confiança em Constança Urbano de Sousa: "O senhor Primeiro-Ministro reafirma manter a confiança política na senhora ministra da Administração Interna".

Ler mais em: http://www.cmjornal.pt/portugal/detalhe/costa-admite-falhas-no-siresp-mas-segura-ministra-da-administracao-interna?ref=HP_Destaque

Este relatório do primeiro-ministro em férias é um insulto â memória das 64 vítimas mortais da tragédia. Expressa ainda uma desesperada tentativa de manter a imagem do primeiro-ministro "optimista irritante" caracterizada pelo sustentáculo deste governo de inutilidades, o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa.
Este manancial de desculpas engendrado por António Costa não passa de um branqueamento de um bando de histéricos e incompetentes que falharam em toda a linha na maior desgraça humana ocorrida no Portugal democrático.
Por mais gente que seja arregimentada nos órgãos de comunicação social como bóias de salvação desta geringonça motorizada pela flor do entulho da sucata socialista, os sobreviventes do inferno de Pedrógão Grande não se cansam e eximem de acusar as autoridades  de incapacidade operacional no terreno.
Mas o que conta para António Costa é a sobrevivência política. A dele e a dos amigos colocados em poleiros decisórios.
Peçam um relatório às vítimas. Então, sim, conhecer-se-ia a verdade!

terça-feira, 4 de julho de 2017

Instituições portuguesas não funcionam


As instituições portuguesas não funcionam e o País aproxima-se rápida e inexoravelmente do caos. E as tragédias sucedem-se. A começar por um Presidente da República que não exerce o cargo com a compostura que a missão exige. Pelo contrário, a hiper-actividade de Marcelo já cansa, a sua presença constante nas tvs a comentar tudo e todos enjoa e a sua clonagem ao primeiro-ministro e ao governo desgastam a paciência de quem é vítima de um executivo a trabalhar para os votos da função pública, com aumentos de rendimentos e diminuição de horas de trabalho, e a desprezar a iniciativa privada. Por outro lado, haver um comandante supremo das Forças Armadas que se livrou de envergar a sua farda, não se sabe bem porquê, não me soa muito bem. 
O governo do Costa está em banho-maria e o próprio a banhos de férias numa semana em que a política, tragédia e escândalos fervilham. O executivo está indelevelmente marcado pelos 64 mortos nos incêndios, 36 mortos nas praias e um roubo caricato de material de guerra de um paiol com buracos nas redes, a video-vigilância avariada e sem soldados de guarda às instalações.
A incompetência surge naturalmente quando os nomeados para os cargos de relevo são amigos do Costa ou indefectíveis partidários socialistas. A chorona ministra da administração-interna é um desses casos mais inacreditáveis de ascensão  ao poder por essas vias, o ministro da defesa não passa de uma personagem caricata, o líder da Educação permite que alunos com mais de quatro negativas passem para o ano seguinte, a dona da justiça é perfeitamente incapaz e quanto aos outros não passam de miseráveis nulidades. 
O país não está para abraços, está para ser remodelado com gente competente. Seja de que quadrante for. Repare-se neste exemplo de hipocrisia e oportunismo político. O Bloco de Esquerda "ardeu" com os incêndios e o Partido Comunista "desapareceu" com os roubos de Tancos. O PS está manco das suas muletas, refugiado, encolhido, à espera que a trovoada seca passe. E o Marcelo que vá distribuindo afectos por aí...


sábado, 1 de julho de 2017

Os soldadinhos de chumbo da Geringonça


Semanas depois de terem desaparecido dezenas de pistolas Glock, de 9 mm, dos depósitos de armas da PSP, surge um assalto bastante mais preocupante aos paióis de Tancos, tendo desaparecido material de guerra de assinalável importância, como lança-granadas (LGF) e respectivas munições, granadas de mão ofensivas, granadas de gás lacrimogéneo, munições de 9 mm (para pistolas tipo Glock ou pistolas-metralhadoras tipo Uzi), detonadores. rolos de arame (cordão detonante?). Curiosamente, ou talvez não, os assaltantes não levaram consigo granadas de mão defensivas (muito mais mortíferas que as ofensivas) nem munições de 7,62mm para espingardas automáticas do tipo G-3 ou AK 47. 
Espantou-me, como ex-militar e conhecedor do terreno, a falta de condições de segurança  actuais destes depósitos de material de guerra. Segundo consta, a vedação de arame tem buracos, o sistema de video-vigilância não funciona e a presença de militares de carne e osso resume-se a umas patrulhas efectuadas de tempos a tempos. Isto é o contrário a todas as regras de segurança e só pode ter passado à prática este esquema alguém perfeitamente incompetente e resguardado por uma cadeia de comando igualmente sem noção do que anda a fazer.
Mas não é nada que me surpreenda por aí além. Assisto de há anos a esta parte a uma degradação das nossas Forças Armadas e a ideia que infelizmente retenho é de que os nossos soldados estão a transformar-se em meros funcionários públicos e presentemente não passam de soldadinhos de chumbo da Geringonça abraçados por Marcelo, aquele que é por inerência do cargo o seu chefe máximo.
Custa-me dizê-lo, como ex-militar que fui, que o facilitismo e as "novas oportunidades" minam as Forças Armadas com a conivência das chefias, dos ministros da Defesa e do próprio Presidente da República, à excepção do general Ramalho Eanes. Hoje em dia, o pessoal anda ali a fazer um frete e a passar o tempo, a colocar fotos no Facebook e outras redes sociais com caras de maus e poses "rambolescas" quando nem sequer sabem marchar ou comportar-se numa parada. 
Salvo as raríssimas excepções dos Comandos, Rangers e Fuzileiros, os outros militares que desfilaram no 25 de Abril e no 10 de Junho iam desalinhados, sem convicção, mais se assemelhando a um bando do que a uma unidade militar. Simplesmente vergonhoso e deplorável mesmo quando assisti a uma mulher-soldado da FA a fazer continência com as pernas abertas...E ninguém passou uma valente "piçada" a esta gente.
No tempo em que estive em Santa Margarida, o serviço de guarda as paióis era feito 24 horas por dia por um pelotão (32 homens) fortemente armado, fazia-se um contacto rádio hora a hora e ainda passava uma ronda da Polícia Militar de tempos a tempos. O mesmo acontecia quando fazia o mesmo género de serviço nos paióis do Forte das Alpenas (Trafaria). 
Agora, no entanto, parece que os meninos e as meninas da tropa não podem apanhar calor, nem frio, nem chuva, nem vento, não  vão eles e elas constipar-se, coitadinhos. 
Ao longo dos anos, passou-se da geração da carne para canhão para as florzinhas de estufa. Assim, até a dignidade lhes roubam...


domingo, 25 de junho de 2017

Faltou um Marquês de Pombal em Pedrógão


Quando Lisboa foi arrasada pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755, um padre jesuíta, Malagrida de seu nome, cirandava pelas ruínas clamando que a catástrofe era um castigo de Deus. O Marquês de Pombal perdeu a paciência com as homilias do homem, desterrou-o para Setúbal e mais tarde ardeu nas fogueiras da Inquisição para se calar de vez. 
Na tragédia de Pedrógão Grande quase todos os responsáveis políticos, desde o Presidente da República ao primeiro-ministro até às autoridades no terreno "condenaram" uma trovoada seca pelo inferno que ali se desencadeou, quais "malagridas" laicas a debitar esta versão nas televisões sem que um "marquês de Pombal" qualquer os desterrasse pelo menos para longe das pantalhas informativas. 
E no meio deste caos até prevaleceu a versão de que um "pj" tinha encontrado a árvore atingida pelo raio causador deste cenário de Dante. Incrível a intuição deste agente no meio de milhares de árvores consumidas pelas chamas e com o chão ainda a exalar temperaturas ardentes. Iniciava-se a lavagem e secagem de responsabilidades...
É nestas alturas que se conhecem as qualidades e os defeitos dos líderes. Ainda Lisboa não tinha tramado de tremer e já Sebastião José de Carvalho e Melo se erguia como um gigante dos escombros, ordenava que se enterrassem os mortos e cuidassem dos vivos, organizou os sobreviventes em bombeiros e coveiros improvisados, colocou equipas compostas por um juiz, um militar e um carrasco em vários pontos da cidade para julgarem e matarem os saqueadores em processos sumários, cercou Lisboa com regimentos para evitar uma fuga geral e chamou o engenheiro-chefe do reino, Manuel da Maia, o qual um mês após a calamidade, repito apenas um mês, apresentava um plano pormenorizado da reconstrução da baixa lisboeta, tarefa que começou de imediato após a remoção dos destroços. Tudo isto planeado e executado sem sistemas de comunicações inúteis como o SIRESP e outras (des)organizações como a Protecção Civil e restantes falhados no incêndio que ceifou a vida a 64 pessoas inocentes.
Mas todos os responsáveis políticos e não só que acorreram ao Comando Operacional no terreno não passaram de simples pigmeus choramingas e desorientados, que se abraçavam e derramavam lágrimas em vez de assumirem uma postura de firmeza, lucidez e competência, longe, muito longe do mérito de um Marquês de Pombal. 

Pretende-se agora um inquérito liderado por uma figura independente e de competência indiscutível. Pode ser que exista alguém com este perfil mas não me lembro de ninguém, a não ser do general Ramalho Eanes. 

Por mim a conclusão é simples e óbvia: todos os envolvidos em cargos políticos ou civis na tragédia já deviam ter pedido a demissão ou ser demitidos. As 64 vítimas exigem-no. A "estrada da morte" persegui-los-à para sempre. Eu não me esquecerei!

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Basta de Marcelo, Costa, abraços e choros


Liga-se a televisão aparece o Marcelo e o Costa, abre-se os jornais lá estão o Marcelo e o Costa, sintonizam-se as vozes do Marcelo e do Costa, os comentadores nos órgãos de comunicação social incensam o Marcelo e o Costa, programas satíricos como o Eixo do Mal ou o Governo Sombra passam o lustro ao Marcelo e o Costa, no Europeu de Futebol lá estavam o Marcelo e o Costa, nos Jogos Olímpicos vislumbraram-se o Marcelo e o Costa, na final da Taça de Portugal não faltaram o Marcelo e o Costa, no 25 de Abril perfilavam-se o Marcelo e o Costa, o Papa em Fátima teve de gramar com o Marcelo e o Costa, no Dia de Portugal evidenciavam-se o Marcelo e o Costa, em dezenas de eventos nacionais e internacionais o Marcelo acompanha o Costa e o Costa faz companhia ao Marcelo.
Nesta tragédia ainda inacabada do incêndio trágico de Pedrógão Grande e arredores compareceram o Marcelo e o Costa. Trouxeram uma novidade além dos abraços: lágrimas nos olhos. Ambos a desculparem tudo e todos e a acusarem a Mãe Natureza, por via de raios de uma trovoada seca, quando se sabe que tudo falhou, desde as comunicações do famigerado sistema SIRESP adquirido por Costa, quando ministro de Sócrates, por 400 milhões de euros, até à (des)coordenação das entidades envolvidas num trágico desfecho de 64 vítimas mortais.
E prossegue esta digressão da dupla Marcelo e Costa, agora nos funerais dos tocados pelo infortúnio, como se estivessem livres da sua quota de responsabilidade no caso. Marcelo foi secretário-geral do PSD e seria interessante qual o seu programa no capítulo do ordenamento do território. Costa tem vivido desde sempre à custa do partido, do estado e de alguns governo. 
Fracamente já não se suporta esta geminação Marcelo-Costa em todas as suas vertentes, das festanças às tragédias. Mas vergonha não é faculdade que assista aos políticos. Especialmente agora que andam aos abraços e de lágrima no olho...

http://expresso.sapo.pt/politica/2017-06-21-El-Mundo-diz-que-gestao-dos-fogos-e-caos-absoluto-que-poe-em-causa-o-primeiro-ministro

domingo, 18 de junho de 2017

Há 62 mortos. Quem se demite?


Um incêndio de proporções dantescas atingiu as densas florestas da zona montanhosa de Pedrogão Grande, Castanheira de Pêra e Figueiró dos Vinhos vitimando 61 pessoas e destruindo dezenas de casas. Numa tarde de calor intenso e humidade nula, as chamas, segundo alguns especialistas, foram causadas por uma trovoada seca, com uma série de relâmpagos a iniciarem as ignições. 
Num golpe de vista absolutamente fenomenal,  o director nacional da Polícia Judiciária afirmou ter sido encontrada a árvore que originou a tragédia.
A PJ, em perfeita articulação com a GNR, conseguiu determinar a origem do incêndio e tudo aponta muito claramente para que sejam causas naturais. Inclusivamente encontrámos a árvore que foi atingida por um raio”, disse Almeida Rodrigues. Extraordinário. Melhor que encontrar uma agulha num palheiro...
Um responsável camarário rebateu esta hipótese e considerou tratar-se de fogo criminoso mas as suas declarações foram rapidamente abafadas.
Uma jornalista da RTP, Andreia Novo, descreveu deste modo a sua experiência:
"Sinto necessidade de vos contar o que eu e o Rui Castro vimos, sentimos. Saímos às 2h de Gaia, chegamos às 4h a Pedrogão. Os acessos estavam todos cortados. Percorremos centenas de kms e não havia sinal de bombeiros. As pessoas estavam todas na rua. Todas. Só depois das 5h é que conseguimos andar por estradas que ainda não estavam interditas, mas com fogo por todos os lados. Conseguimos passar. Às 6h começamos a encontrar os primeiros carros incendiados. Uns atrás dos outros. Desfeitos. 6h30, já com luz do dia, descobrimos umas aldeias no meio do fumo que cega de tão denso. Começam a surgir os corpos. Não consigo descrever bem, a partir daqui, o que aconteceu. Uns atrás dos outros. Famílias inteiras no chão, carbonizadas, e não dentro dos carros como alguns jornalistas têm avançado. Casas completamente destruídas pelas chamas. "São imensos menina, mas não podemos apanhá-los, não temos autorização" disse-me um bombeiro quando lhe perguntei pelos corpos. Falei com moradores de duas aldeias com cerca de 80/100 habitantes que já não diziam coisa, com coisa. Só falavam nas pessoas desaparecidas. "Isto é o inferno na terra, meu amor" disse-me uma idosa em lágrimas. Certo é que os bombeiros nunca lá foram até agora. Muitos dos que morreram são locais, fugiam de carro quando se despistaram, explodiram, ou simplesmente sufocaram. Nunca vi nada assim. E assim, só nós RTP captamos isto."
Tenho a certeza que toda a gente foi apanhada com as calças na mão. Previam-se dias de calor anormal e ninguém tomou as devidas precauções. As entidades oficiais preferiram o conforto do ar condicionado ao desagradável patrulhamento no terreno. A lenta reacção no terreno foi, sem dúvida, a causa maior daquelas terríveis mortes. 
Paulo Fernandes, professor "florestal" na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, considera que um fogo com estas características "excede a capacidade de extinção dos meios no terreno". "Quando muito, pode tentar-se controlar a cauda e as frentes do incêndio". Mas o professor universitário acha que a Protecção Civil poderia ter feito mais, antes de as chamas chegarem. "Eram conhecidas as condições esperadas para esta região. A vigilância deveria ter sido reforçada e os meios accionados mais cedo. Conheço a estrada [a EN 236-1] onde aconteceu o incêndio. É uma estrada estreita, com muitas curvas e ladeada de florestas de eucalipto, que são mais perigosas porque propagam o fogo as grandes distâncias. Não conheço as circunstâncias, mas talvez a estrada devesse ter sido encerrada mais cedo".
Concordo com ele.
Foi deprimente ver nas televisões o Presidente da República abraçar tudo o que mexia junto ao centro de comando da Protecção Civil. Que saudades da confiança transmitia um presidente como o general Ramalho Eanes. O primeiro-ministro já nem se lembra que foi ele, como ministro de um governo anterior, adquiriu o sistema de transmissões SIRESP por 400 mil de euros e que neste caso falhou em toda a linha, além de estarem inoperacionais mais de metade da frota de helicópteros pesados Kamov por falta de manutenção, aparelhos também adquiridos num consulado socialista com a assinatura de Costa. Mas, neste caso como em outros, o "optimista irritante" tenta passar pelos intervalos da chuva... 
Já devia ter pedido a demissão mas é demasiado ganancioso pelo poder para o fazer...
Tudo o resto nesta geringonça é uma tralha socialista sem qualidade. A ministra da Administração Interna sabe tanto o que faz como uma dona de casa desesperada. Choramingou umas informações e nem sabia os nomes das localidades. O mesmo se aplica ao bando de inúteis da Justiça, Saúde, Educação, Cultura, Defesa, Economia, Finanças, etc. Ninguém demonstra um mínimo de qualidade nesta equipa parida no Largo do Rato.
Há 62 mortos a lamentar. Quem se demite?






domingo, 11 de junho de 2017

5 de Outubro de 1143


Mal se instalou no poder, a I República, parida  a ferros da Revolução de 5 de Outubro de 1910 reordenou os feriados de Portugal. Em vez de se preocuparem com assuntos mais prementes para um país  arruinado, tal como agora, os neo republicanos perseguiram os padres, assediaram  as freiras, transformaram os mosteiros em juntas de freguesia e repartições públicas com funcionários corruptos e laicizou os dias de "folga" suplementar. O arco do poder saído das bocas dos canhões do comissário Machado dos Santos, na Rotunda, ainda sem o Marquês de Pombal e adeptos do Benfica ou do Sporting a festejarem títulos nacionais, claques muito mais violentos que a própria revolta maçónica, deixou aos municípios a autonomia para escolherem no calendário uma data comemorativa para o pessoal lixar ainda mais o défice e as contas públicas. É curioso como nessa altura não se encontrava por cá o FMI mas sim funcionários das  finanças inglesas a controlarem (e receberem) o imposto sobre o tabaco, o que originava uma cortina de fumo nas reuniões ministeriais. Em  Lisboa, o António Costa da época carimbou o 10 de Junho como o Dia de Camões e lá foram os alfacinhas para a praia de Algés com aqueles bikinis de gola alta ou para o campo trincar uns pastéis de bacalhau com arroz de tomate. Ou de grelos. Sem a pavorosa perspectiva de andarem dias e dias com a calças na mão até lerparem, como actualmente se arrisca com os pepinos assassinos, que começaram por ser distribuídos pela ETA agrícola espanhola e agora parece ser obra e graça da Al Qaeda leguminosa infiltrada na agricultura europeia. 
O dia 10 de Junho  assinala a morte do poeta Luís de Camões em 1580, o sacana do gajo que deu cabo do toutiço a tanta malta que até gostava de estudar, mas que desistiu com a seca das "armas e dos barões assinalados". O filho da mãe, sem ofensa para a senhora, bem podia ter ido além da Taprobana e por lá ter arrumado os trapos com uma oriental com pachorra para o aturar. Mas não, o homem tinha o diabo no corpo e mesmo zarolho e quase a afogar-se ainda conseguiu salvar os malfadados rascunhos d' Os Lusíadas, uma bicha interminável  de estrofes em linguagem cifrada e mais indecifrável que o Acordo Ortográfico impingido  aos portugueses para salvar algumas editoras da falência. No entanto, o Portugal além-Lisboa  enão atribuiu qualquer significado especial a esta data e passou por ela como cão por vinha vindimada. Os tótós que têm estado a (des)governar e a governar-se à custa de Lisboa desconhecem certamente que a cidade  foi conquistada aos Mouros em 24 de Outubro de 1147 por um tal  D. Afonso Henriques, com a mãozinha marota  de cruzados normandos, ingleses, normandos, galeses, flamengos e germânicos. O 24 de Outubro, obviamente, é que deveria ser o feriado municipal de Lisboa e não o estapafúrdio 10 de Junho...para não falar do 13 do mesmo mês. Mas, enfim, quando são os ignorantes que ascendem aos cargos públicos o resultado só pode ser asneira. Persiste, contudo,  o mistério de que cabecinha pensadora teria saído o raio da ideia de 10 de Junho Dia de Portugal... A realidade nacional caminha, trôpega, sempre desfasada da realidade histórica. 
Anos depois, o marechal Gomes da Costa trotou num cavalo branco de Braga até Lisboa pelas SCUT do 28 de Maio para desaguar no Estado Novo. Mais uma vez, para variar, a mania de mexer nas datas também deu a volta ao miolo à cabeça do Presidente do Conselho (que não aceitava conselhos de ninguém...) nos intervalos de fazer contas para safar  o país do colapso financeiro e económico. O ditador, o autocrata, o génio (como queiram) promoveu o 10 de Junho a Dia de Portugal, de Camões e da Raça. Lisboa, entretanto, mudou o seu feriado municipal para 13 de Junho, continuando a ignorar liminarmente o dia histórico de 24 de Outubro de 1147 e o azar heróico do pobre do Martim Moniz, que ficou entalado na porta do Castelo de S. Jorge para os cruzados cristãos  entrarem sobre o seu cadáver e massacrarem calmamente os tetravôs de Bin Laden. Se a capital mandou às malvas o seu dia mais importante de sempre, Portugal fez exactamente o mesmo em relação à sua fundação e o reconhecimento pelo rei de Espanha, já sem paciência para nos aturar, como estado independente, em 5 de Outubro de 1143, divórcio consumado com a assinatura do Tratado de Zamora. 
Em qualquer país normal, o dia nacional de Portugal seria a 5 de Outubro, não pela implantação da República ou também por isso e todos ficavam satisfeitos, e não a 10 de Junho. Mas a normalidade cá pela terra não é atributo que se recomende. Que diabo, será o dia da morte de um poeta galdério sempre apaixonado pelas mulheres dos outros e que em vez de as papar em silêncio, como qualquer cavalheiro que se preze, vinha lamentar-se em sonetos que os amigos lhe punham os palitos em vez de lhes enfiar um murro nas trombas,  mais importante que o dia da Independência? 
A Islândia orgulha-se de erguer no centro da capital Reykjavic a estátua de Leif Eiricsson, o Vermelho, o primeiro europeu a chegar à América, 500 anos antes dos livros de História atribuírem esse feito ao mercenário Cristóvão Colombo. Nós contentamo-nos com o Largo do Camões e a estátua polvilhada de cagadelas de pombo e, voilá, eis o nosso herói nacional. 
Não há ninguém no Mundo que não conheça George Washington, o general que conduziu os Estados Unidos à independência, mas, salvo meia dúzia de eruditos, para lá de Badajoz se perguntarem quem é esse tal Luís de Camões respondem que é centro-campista do FC Porto, presidente do Benfica, o treinador do Sporting ou o novo secretário-geral do Partido Socialista. 
A III República, depois do 25 de Abril, também ainda não se deu ao trabalho de mudar a data do Dia de Portugal para o sítio certo: 5 de Outubro. Pior, tem sido o dia em que os contrabandistas são elevados (?) a comendadores, os políticos agraciados por levarem o País à bancarrota, os cineastas de filmes que ninguém vê nem entende medalhados com a grã-cruz disto ou daquilo, mais uns parasitas da sociedade ornamentados com uns penduricalhos, uma ofensa aos verdadeiros heróis civis e militares de Portugal. A fechar a tragicomédia desta data ainda se grama como sobremesa com discursos metafóricos, redondos e evasivos dos sucessivos PR's que têm pelo menos a vantagem de serem tão imperceptíveis aos portugueses como aos finlandeses, tailandeses ou aos agora tão em moda paquistaneses e indianos. Chinesices!
E assim lá continuamos cantando e rindo em cada 10 de Junho. Até quando?

terça-feira, 23 de maio de 2017

Andam a matar a Europa


Mais um atentado terrorista nesta sanha de quererem matar a Europa. Desta vez aconteceu em Inglaterra, Manchester, uma cidade manchada com o sangue de 22 inocentes que nunca mais assistirão a um nascer ou a um por-do-sol e ainda cerca de meia centena de feridos. Seguiu-se a narrativa do costume: muçulmano, de origem líbia, nacionalidade britânica. É isso, Os países europeus, com a doçura da democracia, do multiculturalismo, dos direitos humanos e outras fraquezas politicamente correctas, andam a permitir a morte da Europa, dos princípios e dos seus  valores, criando no seu seio seres abomináveis que apenas sabem conviver com a morte. A deles, que não se perde nada, e a de muitos inocentes, que se perde muito.
A Europa não consegue estancar esta matança e ainda não entendeu como lidar com os grupos provenientes de madrassas onde se professa o assassínio e o terror, não em longínquas terriolas desérticas da Península Arábica, mas, inexplicavelmente, em cidades cosmopolitas como Londres, Manchester, Paris, Bruxelas, Amesterdão, Estocolmo, etc. As autoridades desses países conhecem os lugares onde se fabricam os terroristas e inexplicavelmente permitem que os imãs continuem a instruir o jihadismo em autênticas universidades da morte. 
Digo e repito que os terroristas não são criminosos de delito comum nem merecem as benesses do estado de direito. São gente para abater e nada mais. 
Segundo as notícias, este "mohammed" estava referenciado pela polícia e, no entanto, movimentava-se a seu bel-prazer por esta Europa de portas escancaradas a toda a escória humana e onde se circula de Lisboa a Varsóvia sem qualquer controlo policial. Um paraíso, sem dúvida, para estes seres desprezíveis.
A população tem de começar a pedir contas aos respectivos governos por estes sucessivos massacres. É que, ao não tomarem medidas enérgicas contra esta praga assassina e recambiá-la para bem longe, estão a tornar-se cúmplices por omissão destas tragédias. Não basta ser #je suis isto ou aquilo, há que actuar com resultados práticos antes que seja tarde. 
Quem ainda duvidar dos objectivos desta gente que leia a história do Kosovo...

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Os Salvadores da Pátria


Eis senão quando os salvadores da Pátria irrompem como cogumelos neste jardim de eucaliptos à beira-mar plantado. Assim como quem não quer a coisa, Bruxelas promete retirar Portugal da lista negra dos piratas de défice excessivo. Os números atingidos pela geringonça assim o exigem. O curioso neste caso é que ninguém sabe ao certo como Costa & Cª conseguiram a proeza. Sem qualquer reforma estrutural e sucessivas reposições de mordomias aos funcionários públicos, sem se descobrir petróleo no Beato ou existir uma invasão de empresas a investir por cá, desconfio que há muita despesa a ser varrida para debaixo dos tapetes, muitos doentes sem a assistência devida, escolas sem a vigilância ideal e a quase totalidade dos departamentos públicos sem papel (higiénico e não só), transportes sem manutenção, tribunais sem funcionários e segurança reduzida ao mínimo. Toda esta evolução, portanto, só poderá resultar dos trocos saídos dos bolsos das hordas de turistas que esgotam todos os espaços possíveis e imaginários para descansar o coirão, desde as sumptuosas suites do Ritz ao galinheiro da Dª Felismina de Alfama. 
Até quando está prosperidade se manterá, isso é outra conversa, apesar do reforço multimilionário devido à mudança de Madonna para Lisboa... 

terça-feira, 16 de maio de 2017

Ser "Comando" é arriscado


O Ministério Público que investiga a morte de dois instruendos ocorrida durante o Curso 127 de "Comandos" anda a divagar numa série de erros e pressente-se a sua orientação em tentar castigar aquela instituição militar como um "bando de homicidas". Em primeiro lugar, o MP começa logo por considerar o Exército como uma democracia onde se encontram presentes todos os direitos humanos. Não é. Mal da tropa se fosse um lugar onde as decisões se tomam por votação. Havia de ser bonito se em caso de acção uns votassem pelo combate e outros pela fuga.
Se em situações normais prevalece a hierarquia, num curso de "Comandos" os instruendos são sujeitos a "abusos de poder" e estão, como eu e muitos milhares de outros estiveram, na bizarra situação de "abaixo de cão". Quantas vezes na parada tinhamos de saudar militarmente os cães porque eles eram nossos superiores. Faz parte da componente psicológica do curso. Andei dezenas e dezenas de quilómetros com os instrutores a berrarem-me aos ouvidos "vais morrer, vais morrer" ou "a tua mãe é uma cabra" ou "a tua mulher (ou namorada) estão a esta hora a foder com outros". E então? Fechava os ouvidos e concentrava-me na caminhada e no esforço sobre-humano que tinha pela frente. 
Se um candidato a "comando" não aguenta um sopapo nas trombas ou um pontapé no cu não pode aspirar a concluir esta especialidade. Os "comandos" são tropas de assalto para resolver casos desesperados. Como se preparam estes homens se não com um treino duro, o mais próximo possível da realidade, independentemente do frio ou do calor, da neve ou da chuva.
Estes cursos são para voluntários que sabem ao que vão, inclusivamente são militares de outras especialidades e não civis desprevenidos. A morte é possível em qualquer altura destes cursos, desde uma queda do pórtico, do slide, do rappel, da vala, da escada escocesa, do muro, no campo de infiltração, no fogo real, enfim, entre tantos perigos os acidentes mais ou menos graves não são de excluir. A morte acompanha-nos do primeiro ao último minuto, mas não existe, como subentende o MP, homicidas paranóicos entre os instrutores. 
Quantas pessoas vão aos hospitais por se sentirem mal, são observadas e medicadas e morrem ao chegarem a casa. Inúmeras por ano. 
Eu sei o que custa perder um camarada em instrução. Acompanhei um furriel a uma DO para ser evacuado para Lisboa depois de ser atingido por um tiro de heli-canhão em Santa Margarida. Morreu e foi sepultado em Leiria. 
Nós choramos os nossos mortos mas a vida continua. E a instrução também. 

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Timo Makinen "voa" para a eternidade


Faleceu Timo Makinen, aos 79 anos, o primeiro "finlandês voador" do automobilismo mundial. Foi o pioneiro de uma longa linhagem de ilustres filhos da Finlândia cujos carros voavam nas provas de ralis e deixavam os espectadores em delírio. A foto acima publicada é uma prova cabal da coragem e da perícia desta nova classe de guerreiros das corridas. 
Numa altura em que os carros não dispunham das ajudas complementares computorizadas e mecânicas para facilitar a tarefa dos pilotos, só quem tinha unhas, talento e ousadia dispunha de coragem para levar estes carros "primitivos" mas lendários aos limites. 
A vitória mas lembrada de Timo Makinen aconteceu no célebre Monte Carlo, em 1965, ao volante de um Mini Cooper S que assombrou tudo e todos. No ano seguinte, o finlandês repetiria o triunfo à frente de outros três carros da mesma marca, mas, numa das mais vergonhosas decisões de sempre da organização, seriam todos eliminados por causa dos filamentos dos faróis de iodo. 
Três primeiros lugares consecutivos de Timo Makinen e do pequeno Cooper S no Rali dos 1000 Lagos (Finlândia), em 65, 66 e 67, e mais três primeiros lugares consecutivos no Rali do RAC (Inglaterra), num Ford Escort RS 1800, em 73,74 e 75, projectaram-no para a imortalidade. 
Que descanse em paz.