quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Política assassina agentes da PSP e GNR

Ao longo da minha vida tenho lidado muito de perto com agentes e oficiais quer da PSP quer da GNR tanto por via familiar como por via profissional. Tenho o maior apreço por estas duas forças da ordem e, por várias razões, umas vezes fui ajudado por eles e noutras ocasiões fui eu que os ajudei em ocasiões complicadas.
Dito isto, ou melhor, escrito isto, dou por mim com o sistema nervoso alterado quando tomo conhecimento que um agente foi abatido no cumprimento do dever, o que não é raro em Portugal. Só no Bairro Alto, em Lisboa, nos anos 70 e 80, quatro polícias meus conhecidos e amigos foram assassinados em circunstancias bárbaras a tiro ou á facada.
Quando era miúdo era normal fugir dos "bófias" quando andava a jogar á bola na rua. Antes do 25 de Abril, a malta da noite conhecia-se toda e não foram raras as vezes que tanto eu como amigos meus bebíamos uns copos com PSP's em bares e cervejarias por essa Lisboa nocturna. Mais: até chegámos a faze-lo em cantinas das esquadras. Um GNR, o cabo Russo, da Brigada de Transito da GNR, apanhou-me por várias vezes a namorar alta madrugada dentro do automóvel, no parque de estacionamento do restaurante Narciso, em Carcavelos, e a confiança entre nós consolidou-se de tal modo que fomos para uma casa de fados, em São Pedro do Estoril, "comemorar" um acidente de automóvel em que eu e um amigo saímos vivos por milagre e apareceu o inevitável cabo Russo para tomar conta da ocorrencia.
O que me repugna nestas situações de matança de agentes das forças da ordem é a política seguida por governos, partidos e organizações "humanitárias" em relação aos entraves que colocam a actuação da PSP e da GNR, obrigando os seus comandos a exigirem regras draconianas e suicidas quanto ao uso de armas de fogo em situações de perigo evidente para as suas vidas. Tratam-se de leis e regulamentos criminosos que atentam contra a segurança dos policiais em zonas de risco. Nestes casos os direitos humanos conhecem apenas um sentido: o dos foras-de-lei.
Acontece que perante todas estas limitações legais e regulamentares, os agentes encontram-se muito mal preparados para actuarem em casos delicados e constituem "carne para canhão" no confronto com assassinos armados e dispostos a tudo, inclusivamente a matar, para escapar ás autoridades. Existe muita preparação dos agentes sobre multas e modus operandi em manifestações, mas é descurado o treino de abordagem aos cidadãos em situações de perigo mais ou menos evidente e o treino com armas de fogo é manifestamente insuficiente. São inúmeros os casos ocorridos em que os agentes chegam ao local da desordem, de "peito feito", sem uma aproximação correcta, com as armas no coldre fechado, patilha em segurança e sem projéctil na cãmara. Uma imprevidencia a que são obrigados e que é contrária a todas as normas de protecção da segurança dos agentes. Mas os políticos querem assim e as associações "humanitárias" exigem-no. 
A seguir ao 25 de Abril, numa altura em que o PREC praticamente afastou das ruas a PSP e a GNR, coube ao Exército efectuar imensas acções policiais. Entrei em muitas delas e certifiquei-me sempre se os meus soldados tinham as armas operacionais e não hesitava em usar a arma sempre que a situação o exigia. E saímo-nos sempre bem. Os meus comandantes nunca me colocaram restrições ao uso das armas.
È um facto que os assassinos de agentes da lei são culpados por usarem as armas homicidas. Mas quem carregou no gatilho foram os governos, os partidos e as associações "humanitárias". 
Que o jovem GNR Carlos Caetano descanse em Paz.

Sem comentários:

Enviar um comentário